segunda-feira, 13 de junho de 2011

Entrego, confio, aceito e agradeço.

   Muita gente diz que aceitar os acontecimentos ruins da vida sem lutar contra ou se sentir injustiçado, é abaixar a cabeça para o mundo. Eu já acho que é questão de estar sempre com a cabeça erguida, aceitar tudo sem deixar se abalar é uma das tarefas mais dificéis que nós, meros dramáticos, somos capazes de fazer. Não é impossível, tem muita gente que consegue e eu espero estar quase lá.
  Não tem paz interior melhor quando você sente um problema indo embora, que aquela angústia que você sentia ontem te faz rir hoje. Nesse momento a única coisa que eu posso fazer é agradecer e me entregar pra vida, porque eu confio que no próximo problema eu vou aceitar também.

3 comentários:

  1. Aceitar ou compreender?
    Livrar-nos do drama que todo ser humano, imediatista, visualiza em um problema é de fato aceitar?

    É impossível permanecer impassível diante de um problema. Podemos não reagir, nos conformar de que a solução não está ao nosso alcance... mas não passamos incólumes.

    O ponto principal seria a pergunta: buscar a solução é desperdício de energia? não se mobilizar para que o problema ser resolva é, de fato, uma superioridade alcançada por aqueles que, ciente da mutabilidade das coisas, sabe que esse problema é "só mais um problema"?

    Talvez sim, mas talvez o aprendizado se faça com maior propriedade justamente porque a energia despendida na solução de um problema nos faça encarar suas mais diversas facetas e não simplesmente a categorização de uma situação como mero problema. Ocupar-se com um problema é interagir com ele, analizá-lo, testá-lo... experimentá-lo. E 'da experiência surge a experiência'. Superar um obstáculo não nos faz mais fortes?

    Ou talvez não. Talvez a ocupação infantil de que eu vivo "o maior problema de todos", o "último problema sem o qual não posso seguir adiante" seja apenas uma superestimação de um problema momentaneo, elevado à condição de "alicerce básico para os próximos dias". As pessoas mais velhas, com todo o seu aprendizado, são tão inabaláveis quando comparadas aos jovens, com muita fúria e pouco conhecimento, que se abalam com qualquer faísca.

    É quem vai saber? Acho que temos um problema.

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  2. Aaah como eu queria que você se identificasse! Mas vamos lá.. o 'meu' aceitar o problema, na minha cabeça, se mostra de forma mais ampla.. Por exemplo: descubro que fui traida, obviamente vou ficar triste por essa traição, mas o 'aceitar a situação' entra no momento em que ao inves de eu me martirizar por ter acontecido comigo eu aceito o sofrimento e deixo ele me ensinar a crescer pelo tempo que for. O que aconteceu pode ser aceitável mas compreendido nem sempre. O ponto é esse, aceitar o sofrimento, e não, compreender a traição. E o 'não deixar me abalar' seria não perder a consciência de que eu deva sentir dor ou raiva em situações de crise. Não quero me blindar, quero viver e quando vier qualquer coisa eu tenha a capacidade de ter essa tal consciência. Ana Paula C.

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  3. Interessante... nossas noções de compreensão, aceitação...

    Você absorve aceitar com um sentido de quem recebe e não um mero consentimento. Uma visão interessante: Ora, o que falar de receber? Não se recebe aquilo que é dado? aquilo que é oferecido? Assim, na sua visão de problema poderíamos abstraí-lo como se fosse um presente? (Acredito que pessoas mais velhas e -que reflitam, claro- aquelas mesmas que já citamos antes, nessa conversa, pensariam desse modo) Então o problema é um presente para a nossa futura experiência. Para a nossa construção.

    Interessante, quase sorri para os meus problemas. Maravilhoso!

    ... ainda que, enquanto humano (que não posso deixar de ser... não que eu desejasse), eu sinto um pouco a falta das lágrimas, do drama (mesmo em monólogo) que torna memoráveis os conflitos e bastante fortes as convicções que deles surgem.

    Bom, temos aqui então uma visão (a sua), bem evoluída... vou testar a sua funcionalidade na prática.(hahaha)

    Vou me delongar hoje?
    Não.

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