segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Puerícia perdida por pouco.

 Há quanto tempo você não vê uma mãe brigando com seu filho por ter subido no topo de uma árvore, porque ele pode se machucar? Há quanto tempo VOCÊ não sobe no topo de uma árvore? Pois é..
 Infelizmente não sou tão dessa época, em que as crianças viviam literalmente na rua, aprendiam tudo por lá, por bem ou por mal. Contudo, não posso dizer que vivi trancada dentro de casa como as crianças de hoje em dia. Aliás, nem sei se posso chamá-las mais de crianças, assumiram de vez as atividades dos adultos, as tecnologias dos adultos, o palavriado dos adultos e, incrivelmente, a infantilidade dos adultos.
 Na realidade eu invejo muito àqueles que viveram na época do carrinho rolimã, do galinheiro no quintal, da jabuticabeira na varanda, do banho de mangueira no dia quente, na época do joelho esfolado, do dedão sem tampa, da bicicleta alugada... É, meus pais, avós e tios sabem muito bem como me deixar com os olhos brilhando com as histórias mais naturais e engraçadas do mundo.
 Falando assim, parece que não aproveitei nenhum pouco minha infância, mas não, aproveitei sim, não com tanta ênfase mas aproveitei. O que me corta o coração é ver essa geração agora, sofrendo dentro de casa, perdendo toda vida que está acontecendo lá fora. Não sabem lidar com outras crianças, são mesquinhas, egoístas e preferem relações virtuais desde sempre. Repito: perdem toda a vida que está acontecendo lá fora... por pouco, por muito pouco.